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Wilson Magalhães
Poesias e Músicas
Textos
POESIA 02 - ARTIGOS 06 a 08
 
Pode até parecer evidente
Mas é esse mesmo o norte
O fim da personalidade civil
Dar-se-á com advento morte
 
Pode-se abrir a sucessão definitiva
Sem a certeza do fim da vida
Presumindo-se este para os ausentes
Nos casos que a lei autoriza
 
Mesmo sem decretar a ausência
A morte pode ser presumida
Se esta for extremamente provável
Para quem estava em perigo de "vida"
 
Quem desapareceu em campanha
Ou foi feito prisioneiro de guerra
Quando esgotadas averiguações e buscas
Dois anos depois que ela se encerra
 
Tem alguns termos jurídicos
Que confundem a cabeça da gente
Os que morrem ao mesmo tempo
São considerados comorientes
 
Pode não parecer relevante 
Saber quem se foi primeiro 
Mas faz jus a herança do outro
Quem morreu por derradeiro

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Wilson Magalhães
Enviado por Wilson Magalhães em 31/12/2019
Alterado em 04/01/2020
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SONETO DA INFELICIDADE

Pudesse eu, pegar estrelas

Sem o céu desmoronar

Conter a fúria das ondas

Sem acabar com o mar

 

À noite, invadir os sonhos

Sem lhe fazer despertar

Viver prazeres da vida

Sem ser preciso lhe amar

 

Cativar sua doçura

Por força dos meus ardis

Arrebatar a candura

Molhando os olhos sutis

 

Talvez ficasse contente

E eternamente infeliz