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Wilson Magalhães
Poesias e Músicas
Textos
2018
2018

Há bem pouco tempo a bola corria e após a pelada, uma cerveja gelada deixava entre as linhas a disputa acirrada.

Na mesa os compadres brindavam a alegria, brincavam, sorriam e até discutiam.
Defendiam ideias com serenidade, misturando coisas sérias com amenidades.

Mas eis que um dia um monstro aloprado nervoso, irritado, cheio de razão, puxou para um lado e num canto extremado cegou um bocado, daqueles irmãos.

A bola redonda logo tornou-se plana e uma rede insana que envenena e engana semeou a discórdia e plantou ilusões.
A verdade da ciência sucumbiu-se à crença até que a desavença superasse a razão.

O enxofre chifrudo converteu inocentes, colocando nas mentes só desinformação.
Nem o vírus medonho diminuiu o tamanho do ódio implantado nesses corações.

Na mesa do passado sentavam-se ao lado, pensamentos opostos de diversas matizes.
Também os parentes, em grupos fechados, mandavam recados e faziam orações.

Hoje olho consternado o recente passado e pergunto espantado:
- Como isso foi possível?!

Wilson Magalhães
30.05.2020
Wilson Magalhães
Enviado por Wilson Magalhães em 30/05/2020
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SONETO DA INFELICIDADE

Pudesse eu, pegar estrelas

Sem o céu desmoronar

Conter a fúria das ondas

Sem acabar com o mar

 

À noite, invadir os sonhos

Sem lhe fazer despertar

Viver prazeres da vida

Sem ser preciso lhe amar

 

Cativar sua doçura

Por força dos meus ardis

Arrebatar a candura

Molhando os olhos sutis

 

Talvez ficasse contente

E eternamente infeliz