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Wilson Magalhães
Poesias e Músicas
Textos
O FIGURANTE INVISÍVEL
Se a visão ainda lhe fosse possível
Nem parentes ou amigos veria
Mas a pá que lhe veste o eterno
Sem alarde, mas com galhardia

Testemunha da emoção derradeira
De quem fica quando a luz se apaga
Personagem Indispensável à cena
Figurante de pá e enxada

Essa cena nos espera um dia
É um risco desde o início
Imagine quem se expõe todo dia
Aos perigos que oferece o ofício?

Vivemos hoje uma pandemia
Que demanda prudência e cuidados
Na adoção de medidas preventivas
No tratamento aos infectados

Eis que uma luz pisca no túnel
Com o advento do imunizante
Aos que estão na linha de frente
É justo passar adiante

Merecidos heróis de jalecos
Médicos, fisioterapeutas, enfermeiros
Mas esqueceram de quem fecha a cena  
Este figurante invisível... O Coveiro
Wilson Magalhães
Enviado por Wilson Magalhães em 02/03/2021
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SONETO DA INFELICIDADE

Pudesse eu, pegar estrelas

Sem o céu desmoronar

Conter a fúria das ondas

Sem acabar com o mar

 

À noite, invadir os sonhos

Sem lhe fazer despertar

Viver prazeres da vida

Sem ser preciso lhe amar

 

Cativar sua doçura

Por força dos meus ardis

Arrebatar a candura

Molhando os olhos sutis

 

Talvez ficasse contente

E eternamente infeliz