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Wilson Magalhães
Poesias e Músicas
Textos
O CANTO DA SEREIA
O CANTO DA SEREIA

Aos olhos de minha infância
Tudo era bem definido
Policial era honesto
Corrupto era bandido
O templo uma porta aberta
De ajuda aos desvalidos

Os homens religiosos
Eram sábios e altruístas
Juízes equilibrados
Movidos pela justiça
Médicos eram respeitados
Como grandes cientistas

Quem vê não acredita
Tudo de repente mudou
O fiel da balança alterado
Pelo dedo indicador
Mais vale a fé que professa
Que o saber de Doutor

Entre o certo e o errado
A legalidade é uma pista
De um lado corre o justiceiro
Do outro lado a justiça
Nem todo morro é bandido
Nem todo soldado é polícia

O médico que era incontestável
Admirado pela sapiência
Trazia a confiabilidade na fala
Nas mãos a cura da doença
Rendeu-se ao negacionismo
Defendendo a conveniência

O púlpito antes ocupado
Por quem colocava o Senhor
Acima do próprio interesse
Pregando a paz e o amor
Converteu-se ao proselitismo
Doutrinando o eleitor

O médico negou a ciência
A violência seduziu a polícia
A parcialidade abraçou o juiz
O pregador sucumbiu-se à mítica
No fim venderam sua alma
Ao lado oculto da política
Wilson Magalhães
Enviado por Wilson Magalhães em 04/12/2021
Alterado em 04/12/2021
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SONETO DA INFELICIDADE

Pudesse eu, pegar estrelas

Sem o céu desmoronar

Conter a fúria das ondas

Sem acabar com o mar

 

À noite, invadir os sonhos

Sem lhe fazer despertar

Viver prazeres da vida

Sem ser preciso lhe amar

 

Cativar sua doçura

Por força dos meus ardis

Arrebatar a candura

Molhando os olhos sutis

 

Talvez ficasse contente

E eternamente infeliz